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Nasci em Floripa, vivo em Miami e sou apaixonada pela África. Adoro viajar e explorar novas culturas. Tenho especial interesse pelas diferenças. Este é o meu caderno de 'viagens' aberto ao publico. Seja bem-vindo (a)!

18.7.07

Disciplina com proporcionalidade - o caso do pai que não pagou a fiança do filho

Pais e educadores estão de cabelo em pé. Na semana passada, um pai decidiu não pagar a fiança de R$ 500,00 para libertar o filho, de 21 anos, preso por dirigir bêbado.

Mil debates foram desencadeados sobre os limites da educação. Até que ponto o castigo educa, até que ponto a repressão é eficaz, até que ponto a decisão do pai vai contribuir, nesse caso, para o arrependimento do filho, e blá blá blá. Muito pouco se discutiu o lado potencialmente positivo da questão que, na minha opinião, existe. Os educadores têm fundamentado seus discursos nos limites da educação. Têm chamado a atenção para a ineficiência da repressão, para uma a educação sem traumas, para a importância do carinho nas relações entre pais e filhos, e todos esses temas que ilustram bem as capas dos livros do Içami Tiba. Concordo com tudo isso. Mas acho que cada filho é um filho (único!). Não se pode usar a mesma fôrma para enquadrar todos eles.

Primeiro: trata-se de maior de idade, pessoa plenamente capaz, e não é o caso de analisar a conduta do pai como um castigo desmedido. Não foi ele que botou o filho na cadeia para castigá-lo. A prisão foi conseqüência da conduta do próprio filho (e todo mundo sabe as conseqüências de dirigir bêbado). Segundo: se o pai não pagou a fiança porque não quis, está agindo dentro de um direito que a lei lhe confere. Se faz parte dos ensinamentos que ele transmitiu ao filho “não dirigir bêbado” e o filho o fez, ele é munido de discricionariedade para, nessa circunstância, não pagar a fiança. A intenção foi disciplinar, sim, no entanto, proporcional à gravidade da situação.

Agora, se a decisão do pai vai ou não servir de alerta para esse e outros casos, é discussão irrelevante e imprevisível. Mas foi uma tentativa interessante. A disciplina (que pressupõe ponderação e proporcinalidade) é uma excelente forma de educar. Até no caso dos marmanjos.

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