Quem sou eu

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Nasci em Floripa, vivo em Miami e sou apaixonada pela África. Adoro viajar e explorar novas culturas. Tenho especial interesse pelas diferenças. Este é o meu caderno de 'viagens' aberto ao publico. Seja bem-vindo (a)!

14.4.16

Não acredite na solidão

Nada na vida é tão mentiroso quanto a solidão. Não acredite nela, não se deixe levar. Ela vai querer te vender a ideia de que você não tem ninguém e que ninguém te ama. Mentira! Por mais sozinha que você esteja, jamais acredite nisso, promete para mim? Não dê espaço para que o vazio se instale, preencha-o!
Ainda que as pessoas pareçam distantes, você tem uma fonte inesgotável de energia, que te dá vida, que te renova de luz a cada instante, que te concede forças e te supre de vitalidade, que te faz piscar, respirar, enxergar, pulsar, sonhar, correr, sorrir.


Eu sei, a solidão é o tipo de sentimento que intimida, que "chega chegando" com ares de quem vai te dominar. Não vai! Ela é muito mais frágil do que você pensa e vou te contar como descobri isso: enfrentando-a.
Se vc se dispuser a enfrentá-la, quando menos espera, vai sentir felicidade dentro do teu coração, vai sentir paz e contentamento, vai sentir o amor de Deus por você. Vai resgatar a tua individualidade, lembrar o que gosta de fazer, de comer, onde iria se ninguém mais fosse junto. Você vai retomar o contato consigo, que é um dos melhores sentimentos que se pode ter na vida: saber, de verdade, quem se é.
Todo dia pense: eu vou aguentar firme. Eu aguento mais essa noite, mais esse dia. Todo dia pense assim! E quando você menos esperar, vai sentir paz interior, vai sentir que uma energia te abraça, vai sentir liberdade e plenitude.


Vc vai seguir sempre abençoando e respeitando o passado, mas sem sentir ele pesar no coração. Não vai esperar com tanta ansiedade, pois vai fincar os pés no hoje.
Por isso, lembre-se sempre de pensar, e se preciso, diga em voz alta: eu vou ser firme, vou aguentar mais hoje. E de hoje em hoje, o ontem se esvai, o tempo se encarrega de descomprimir o teu coração, alivia do a dor.
Enfrente a solidão sem medo, porque quando gritamos mais alto, ela corre. Eu te garanto que sim! Quando aprendemos a rir de nós, nos divertir na própria companhia, nos preencher do que amamos, quando aprendemos a ficar a sós com nosso barulho interior e ouvir o que ele tem a dizer, quando perdemos o medo do silêncio, a solidão não assusta nunca mais!


E tudo vai ficando ameno, a esperança vai enchendo o peito, novos sonhos vão chegando para fazer brilhar nosso olhar, planos vão surgindo, o amor passa a fluir de outras formas na nossa vida. E quando vc menos esperar, vai estar cheia de planos. Vai estar cheia de vida e cheia de futuro.
Um dia tive muito medo da solidão, mas hoje eu estou comigo, converso comigo, me olho no espelho, caminho na praia, boto a cara no sol, medito, danço, escrevo. E às vezes em que a solidão vem me rondar, eu olho na cara dela e digo: pode ir embora, que eu estou muito bem sozinha.

17.1.16

O tempo e a juventude


Dias atrás a mãe da amiga do meu primo perguntou a ela se eu já tinha terminado a faculdade, imaginando que eu tivesse uns vinte poucos anos, quinze a menos do que insiste em sentenciar o meu RG. Já terminei duas e uma pós e teria tido tempo de concluir outras duas, mais mestrado e doutorado, para se ter uma ideia. 

Quando a amiga do meu primo, então, revelou a minha idade teórica, ela ficou incrédula. Eu também. Esse tal deslocamento no eixo da Terra que acelerou a frequência do Planeta não me deixou lapso suficiente para processar essas quase quatro décadas de vivência. Nem eu acredito que existo há tanto tempo. Apenas caio na real quando a memória já não guarda todas as minhas peripécias mundanas, quando tiro dúvidas sobre informática como meninos de quinze anos, ou quando mando uma gíria e a galera mais nova se entreolha segurando o riso. No mais, sinto-me uma adolescente.

A idade verdadeira é a da alma, e embora o corpo seja a representação do espírito, a “carcaça” oxida muito mais rápido que a essência, e ambos não concentem quanto à contagem do prazo. Porém,  manter a cabeça jovem, acreditar na plenitude e sentir-se um eterno principiante é o meu truque para frear o tempo, essa abstração que um dia resolveram fracionar. É um artifício do qual faço uso e, ao que tudo indica, tem funcionado. 


Você aparenta ter a idade que sente, portanto, cuide do corpo como manda a certidão de nascimento, mas sinta-se livre para exercer a idade que a sua alma deseja, sem forçar a barra. Seja este um pacto entre a sua escolha consciente e o seu comportamento, ambos alinhados com a sua verdade, a de ninguém mais. Até porque, ninguém precisa ser ou parecer jovem, e nem deve, precisamos mesmo é aproveitar melhor o tempo.

Voltei


Estou aqui tentando lembrar quando foi que me deram um “boa noite, Cinderela”, que me levou ao catatonismo em que permaneci por todo esse tempo, cerca de dois anos, em que fiquei sem escrever.

A revoada de ideias, contudo, seguiu pairando sobre meu carro no trânsito, sobre o trilho que contorna o campo de golfe enquanto eu corria, sobre a cadeira de praia enquanto desfrutava do meu ócio, sobre o travesseiro quando eu tentava dormir. Os insights continuaram me acompanhando em bando, mas as minhas mãos rejeitavam o teclado como os mesmos polos de um íman não se beijam.

O importante é que tornei a fazer uma das coisas que mais me motiva nessa vida: conjeturar acerca do comportamento humano e, naturalmente, conferir-lhe as minhas palavras.

Estou pronta e com muita vontade de dar pitaco nos novos e nos velhos assuntos e contar alguns segredos. Voltei!