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Nasci em Floripa, vivo em Miami e sou apaixonada pela África. Adoro viajar e explorar novas culturas. Tenho especial interesse pelas diferenças. Este é o meu caderno de 'viagens' aberto ao publico. Seja bem-vindo (a)!

15.6.11

Cape Town 20: Maputo experiense

Taxis de Maputo
Catedral vista da sacada do hotel
Vista do corredor do hotel

Em maio de 2011 estive pela terceira vez em Cape Town, a minha Disneylândia sênior, o lugar onde a mágica acontece!


A grana já estava na conta, o planejamento já estava feito. A data poderia se qualquer uma, talvez estivesse faltando só a companhia. Aí veio a Gabi e fez o convite. Então não faltava mais nada. Pensei em todas as desculpas possíveis, do tipo, logo agora que o curso começou, logo agora que estava olhando apartamento, logo agora que estava curando as feridas do meu coração. Mas nenhuma delas me deteve. Cape Town é Cape Town!

Como a Gabi iria direto da China e chegaria dois dias depois de mim, resolvi incluir no roteiro outro país da África - parte da minha meta de um dia conhecer todos os países daquele continente. Passaria dois dias em Maputo, a capital do Moçambique, sozinha antes de nos encontrarmos em CT. Mas não foi bem assim.


No caminho do aeroporto para o hotel achei a cidade estranha. Não gostei do que vi e comecei a me sentir sozinha. Quando o taxista me largou na porta do hotel, senti muita falta de ter alguém comigo. Alguém que me ajudasse, que me defendesse, que dissesse: calma, vamos dar um jeito.


O hotel era completamente diferente da ideia que o site me trouxe. Cheirava mal, era velho e sujo. Além da quantidade de gente que entrava e saía, muitos paravam sentados na calçada em frente à porta. E eu completamente sozinha, decepcionada, tendo que dar um jeito. Coisa de viajante.


Nem pensei muito, olhei para cima, vi um prédio melhor escrito 'hotel', entrei no primeiro taxi que apareceu e pedi: 'moço, está vendo aquele prédio? Pode me deixar lá, por favor'. 

O dito era o Pestana Ruvema ou Rovuma, sei lá. E custava US $ 250,00 a diária, um assalto para aquela porcaria de hotel. No primeiro contato me pareceu um oásis no deserto, mas só até segunda ordem, digamos assim.


Chinelo no pé e saí a desbravar Maputo. Onde estavam os pontos turísticos, o Mercado Municipal, os restaurantes legais para visitantes? Nada. Nada me atraía. Dei voltas e voltas e acabei no mesmo lugar, a esquina do hotel. O dia era ensolarado, o vento fresco, eu estava onde queria estar, mas não deixei de ser uma viajante solitária sentindo-me assaltada por uma tarifa de hotel.


Saí, jantei, escrevi no meu diário, chorei deitada na cama, liguei para a minha terapeuta e finalmente tentei em 'off' como a bela adormecida, um sono revigorante e profundo.


Acordei decidida a não ficar nem mais um minuto naquele lugar, principalmente quando vi que a roupa de cama estava com uma mancha de sangue que não era meu. Isso mesmo, dois mil e quinhentos meticais a diária e o serviço de quarto não tinha trocado a roupa de cama. Era o que que faltava para eu sair correndo.


Fechei a mala, entrei no taxi e corri para o aeroporto. Ah é, antes disso chequei os horários de voo na internet. Não tinha garantias de que conseguiria embarcar, mas precisava estar lá para tentar. E deu tudo certo. Dentro de 6 horas eu estava desembarcando naquele país que foi o centro do apartheid, que foi sede da Copa de 2010, que teve um dos líderes políticos mais admirados do mundo, mas que para mim é só um lugarzinho bom para viver e sorrir. Ai, ai!

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