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Nasci em Floripa, vivo em Miami e sou apaixonada pela África. Adoro viajar e explorar novas culturas. Tenho especial interesse pelas diferenças. Este é o meu caderno de 'viagens' aberto ao publico. Seja bem-vindo (a)!

17.1.16

O tempo e a juventude


Dias atrás a mãe da amiga do meu primo perguntou a ela se eu já tinha terminado a faculdade, imaginando que eu tivesse uns vinte poucos anos, quinze a menos do que insiste em sentenciar o meu RG. Já terminei duas e uma pós e teria tido tempo de concluir outras duas, mais mestrado e doutorado, para se ter uma ideia. 

Quando a amiga do meu primo, então, revelou a minha idade teórica, ela ficou incrédula. Eu também. Esse tal deslocamento no eixo da Terra que acelerou a frequência do Planeta não me deixou lapso suficiente para processar essas quase quatro décadas de vivência. Nem eu acredito que existo há tanto tempo. Apenas caio na real quando a memória já não guarda todas as minhas peripécias mundanas, quando tiro dúvidas sobre informática como meninos de quinze anos, ou quando mando uma gíria e a galera mais nova se entreolha segurando o riso. No mais, sinto-me uma adolescente.

A idade verdadeira é a da alma, e embora o corpo seja a representação do espírito, a “carcaça” oxida muito mais rápido que a essência, e ambos não concentem quanto à contagem do prazo. Porém,  manter a cabeça jovem, acreditar na plenitude e sentir-se um eterno principiante é o meu truque para frear o tempo, essa abstração que um dia resolveram fracionar. É um artifício do qual faço uso e, ao que tudo indica, tem funcionado. 


Você aparenta ter a idade que sente, portanto, cuide do corpo como manda a certidão de nascimento, mas sinta-se livre para exercer a idade que a sua alma deseja, sem forçar a barra. Seja este um pacto entre a sua escolha consciente e o seu comportamento, ambos alinhados com a sua verdade, a de ninguém mais. Até porque, ninguém precisa ser ou parecer jovem, e nem deve, precisamos mesmo é aproveitar melhor o tempo.

Voltei


Estou aqui tentando lembrar quando foi que me deram um “boa noite, Cinderela”, que me levou ao catatonismo em que permaneci por todo esse tempo, cerca de dois anos, em que fiquei sem escrever.

A revoada de ideias, contudo, seguiu pairando sobre meu carro no trânsito, sobre o trilho que contorna o campo de golfe enquanto eu corria, sobre a cadeira de praia enquanto desfrutava do meu ócio, sobre o travesseiro quando eu tentava dormir. Os insights continuaram me acompanhando em bando, mas as minhas mãos rejeitavam o teclado como os mesmos polos de um íman não se beijam.

O importante é que tornei a fazer uma das coisas que mais me motiva nessa vida: conjeturar acerca do comportamento humano e, naturalmente, conferir-lhe as minhas palavras.

Estou pronta e com muita vontade de dar pitaco nos novos e nos velhos assuntos e contar alguns segredos. Voltei!