Quem sou eu

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Nasci em Floripa, vivo em Miami e sou apaixonada pela África. Adoro viajar e explorar novas culturas. Tenho especial interesse pelas diferenças. Este é o meu caderno de 'viagens' aberto ao publico. Seja bem-vindo (a)!

15.6.08

"Everything that moves you"

É possível ser feliz aos domingos. Ainda bem que eu descobri a tempo! Antes que mais um domingo chuvoso de inverno comprometesse a minha saúde psíquica, resolvi tomar uma atitude. E agradeço a valiosa contribuição do meu amigo João Goldmeier.

Conversávamos justamente no momento em que o fim de semana está chegando ao fim (mais triste do que o domingo, só domingo à noite mesmo), quando o João me incentivou a transformar o pior dia da semana no “dia de alguma coisa”. E como é que eu vivi 29 anos sem pensar nisso?

O João, que ao invés dos domingos não gosta das segundas (embora as pesquisas apontem a segunda como o dia preferido dos suicidas, ainda acho que é efeito do domingo...), tranformou-as no “dia do futebol”. Achei um excelente subterfúgio para driblar o tédio do primeiro dia “útil” da semana. Diz ele que a tática funciona, afinal, ele cumpre os compromissos do dia animado com o futebol de logo mais. Então, por que não tentar?

Concluí que a companhia das minhas amigas seria uma boa. Ainda que nos reuníssemos para fazer nada juntas, “o fim do fim” de semana seria, com certeza, mais alegre. Pouco importa se vamos nos encontrar para aprender a fazer tricô, ir ao cinema, distribuir cachorro-quente para os mendigos ou falar dos homens. O que importa é que vamos estar lá, firmes e fortes, dando sustentação umas às outras na batalha contra o dia oficial da fossa.

Funciona mais ou menos como tomar água para enganar a fome. É uma mentirinha que pregamos em nós mesmos e ainda acreditamos. Mas o importante é que funciona!

8.6.08

Algumas diferenças básicas

Tenho uma desculpa plausível para ter deixado de lado "As veias abertas da América Latina" (versão em espanhol) para me dedicar à leitura consecutiva de "Por que os homens são assim?", "Homem cobra, mulher polvo" e "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor". Um pé na bunda histórico me incentivou a tentar compreender os homens. Posso dizer que fiz pelo menos três descobertas relevantes.

A primeira: não podemos esperar que seres de visão e pensamento retilíneos possam ler as entrelinhas. Ou nós falamos exatamente o que queremos, ou eles jamais vão descobrir que um "não me ligue nunca mais" pode querer dizer "me ligue amanhã para eu não entrar em desespero". Somente nós mulheres, com a nossa visão periférica 45° avantajada, somos capazes de captar os sinais neurolinguísticos que muitas vezes desdizem as palavras. Por mais que ele jure que estava procurando um amigo, nós percebemos que ele estava espiando a ex que acabou de passar com outro, não adianta mentir!

A segunda: homens são seres desprovidos de sexto sentido. Por isso é impossível para eles sacarem que quando demoramos horas para escolher a roupa que vamos ao supermercado, nossa auto-estima precisa que ele diga: "vai com essa que está linda". O problema quase nunca é a roupa, são eles que não percebem que uma palavra carinhosa pode fazer a diferença num dia de TPM. Bastaria uma dose de sensibilidade para eles se tocarem que a nossa frustração não é exatamente porque preferimos girassóis em vez de orquídeas, mas porque queríamos que as flores viessem acompanhadas de um "eu te amo". Mas não! Eles são incapazes de retribuir o que a nossa alma espera (ainda que saibam o que é alma, não vão acreditar porque nunca viram uma). Já nós, por termos um sentido a mais (e isso faz todo o sentido), absorvemos rapidinho que um "tô cansado, porra!" não é porque ele trabalhou o dia todo, mas porque quando ele chegou em casa viu o time dele perder de 4 x 0.

A terceira e mais grave delas: homens não sabem ser verdadeiros. Eles crescem aprendendo a inibir as fraquezas, engolir o choro, calar os sentimentos. Meninos não podem trocar afeto entre si, não aprendem a desabafar as tristezas, não filosofam sobre os relacionamentos. O produto dessa educação machista são homens pouco esclarecidos no campo dos relacionamentos, que reprimem o que sentem por ser mais fácil não sentir do que ter que lidar com isso. Por isso eles dão foras, nos conquistam e depois não querem mais, correm atrás e depois desaparecem. Homens são inseguros. Ao passo que ocupam muito bem o papel de provedores, podem passar a vida toda sem sustentar seus próprios agumentos perante as mulheres. Homens são assustados. Eles escolhem se querem ou não se apaixonar, para não correrem o risco de sofrer. Afinal, se soferem não podem chorar e se chorarem ninguém pode ver.

Enfim, se quiser conviver pacificamente com a espécie, não espere de um homem aquilo que ele nunca vai poder oferecer. Precisamos compreender que eles não são como nós, eles não se conhecem tão bem, não se expõem tão facilmente, não se arriscam com tanta facilidade. Bom, a conclusão não é das mais otimistas: eu que esperava compreender os homens, aprendi que jamais posso esperar que eles me compreendam.