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Nasci em Floripa, vivo em Miami e sou apaixonada pela África. Adoro viajar e explorar novas culturas. Tenho especial interesse pelas diferenças. Este é o meu caderno de 'viagens' aberto ao publico. Seja bem-vindo (a)!

4.11.09

Cape Town 18: The final goodbye






Foi no dia 5 de agosto de 2009 que tive que dar o maior e mais triste de todos os goodbyes. Tive que dizer adeus a Sea Point, o meu reduto. Tive que me despedir de pessoas que ganharam importância na minha vida, de lugares onde adorei estar, de momentos mágicos que me trouxeram muita paz e felicidade. E fui firme e forte nessa hora. Tudo foi tão perfeito na minha trajetória em Cape Town, que até a maior das despedidas foi indefectível. Eu senti que era a hora de encerrar o ciclo e virei de costas para Cape Town olhando para frente. E ainda tive tempo de fazer tudo o que eu queria. Tive um mês para me despedir com calma e aceitar a idéia de que a colônia de férias tinha encerrado as atividades, desta vez sem choro e sem a possibilidade de mais uma esticadinha. Aliás, achei que o meu visto fosse de borracha, e tanto que estiquei! Até advogado contratei para poder desfrutar por mais um mesinho este lugar que aprendi a amar sem nenhum esforço. E consegui. Consegui de Cape Town exatamente tudo o que eu queria. Obrigada Senhor! Obrigada, pai, pela mesada!

A tão esperada viagem para a Namíbia foi meu ritual de despedida e posso afirmar que superou as minhas expectativas. Fiz sandboard de uma duna gigante, andei de quadbike, fiz safári no Etosha e tchan tchan tchan tchan, fiz skydiving! Nem vou comentar todas as aventuras na Namíbia porque essa viagem merece um post próprio, mas vou dizer que ter pulado de paraquedas foi uma experiência religiosa pra mim. Ah, e sabe o bungy jump? Aquele que na hora de pular eu amarelei? Voltei lá e pulei. Vários saltos significativos na minha vida, vários.

Posso dizer que deixei a África com o mesmo sentimento com o qual aceitei tudo o que vivi nesses 7 meses, o de estar fazendo a coisa certa. Não tem nada melhor do que tomar decisões importantes tendo a certeza de estar fazendo a coisa certa.

Tive uma amiga de infância (alô Anne) que veio passar esse último mês comigo trazendo um pouquinho do Brasil para me fazer relembrar. E foi comendo feijão e ouvindo Zeca Baleiro que a imagem do Brasil foi clareando na minha mente. E aos poucos fui aceitando a ideia de que era tempo de estar de novo com a minha família, de dar um abraço apertado nos amigos, de fazer a geral nos meus pertences e deixar para trás o que não me serve mais por não fazer mais parte de mim.

Esta Ambelle que está voltando não é a mesma que foi para a África. Ela não é nem mais preta e nem mais branca, nem mais rica e nem mais pobre, nem mais certinha e nem mais doidona. Ela só é mais feliz.